Pelé deve ser homenageado no novo estádio que está sendo construído em Três Corações, sua cidade natal. Chamada de "Arena do Rei", ou "Arena Real", a obra é orçada pela Prefeitura Municipal em R$ 6 milhões e tem previsão de conclusão em janeiro de 2018, caso seja concluída a venda do Estádio Elias Arbex.
Pelé é nomeado presidente de honra do Tricordiano (Foto: Divulgação Tricordiano)Pelé foi nomeado presidente de honra do Tricordiano, que tem Edinho como técnico
(Foto: Divulgação Tricordiano)
O estádio deve ser o segundo a homenagear o jogador, que já tem o Estádio Rei Pelé, em Maceió (AL), batizado em seu nome. Com capacidade para receber até 12,5 mil pessoas, o local seria a nova casa do Tricordiano, time local que atualmente tem Edinho como técnico e Pelé como presidente de honra.
- Nós estamos em um momento único. Nós estamos com o filho do Pelé aqui como treinador, tem o Pelé, que nasceu aqui, e o Dondinho (pai do Pelé), que jogou aqui - afirmou o prefeito de Três Corações, Cláudio Pereira.
E a família já tem acompanhado o projeto, que teve a terraplanagem do terreno iniciada há duas semanas. A dúvida em relação ao nome do estádio, segundo o prefeito, vem justamente de uma sugestão de Edinho.
- Conversando com o Edinho, ele sugeriu o nome de Arena Real, porque também fica às margens da rodovia que liga a São Tomé das Letras, que vincula à Estrada Real. Então passa por aqui milhares de turistas todos os dias. Nós vamos fazer uma consulta [pública] para decidir o nome - afirmou Pereira.
Arena do Rei
O projeto foi inspirado em um similar realizado em Patos de Minas (MG), onde o Estádio Waldomiro Pereira foi vendido em 2005 para a construção do Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz, inaugurado em 2009. A estrutura para a torcida deve ter forma de "ferradura", com 12,5 mil lugares e parte da arquibancada coberta.
Segundo a prefeitura, o terreno em que a obra está sendo realizada foi doado pelo Governo do Estado de Minas Gerais há cerca de dois anos e tem uma área total de 2 milhões de metros quadrados, sendo que 60 mil estão sendo destinados à Arena do Rei.
Na área coberta, ficariam também as cabines de rádio e TV, além de demais salas de imprensa e camarotes do clube. Os vestiários seriam separados e o árbitro teria acesso ao campo por outra entrada (diferentemente do Elias Arbex).
Elias Arbex
Um laudo emitido pela Polícia Militar em janeiro de 2016 indicou capacidade de 3.951 pessoas no estádio. Desde então, o local já passou por algumas obras e adequações, mas a capacidade de público estimada não passa de 5 mil torcedores. O estádio tem duas arquibancadas laterais, sendo uma coberta e uma descoberta. Recentemente, um temporal deixou os vestiários e o gramado alagados.
Segundo a prefeitura, o objetivo é arrecadar aproximadamente R$ 10 milhões com a venda. Deste valor, 60% seria destinado à construção da Arena do Rei; 15% à compra de um prédio que seria destinado à escola técnica do Instituto Federal do Sul de Minas (IF Sul de Minas); e os outros 25% a projetos de revitalização na cidade.
A venda incluiria também a obrigação da construção de um memorial de até 100m² sobre o Estádio Elias Arbex, que foi inaugurado em 1969 e tem sua história ligada também ao antigo Atlético Clube de Três Corações, que foi fundado em 1913 e fechado em 2007. O time também é uma das origens do Tricordiano.
Polêmica
O projeto, no entanto, não escapa de polêmicas, já que tem como base a venda do Elias Arbex, que fica na região central da cidade e é a atual casa do clube. A sala do presidente do Tricordiano, Gustavo Vinagre, inclusive, fica dentro das dependências do estádio.
Por telefone, a assessoria do Galo de Três Corações informou que o clube não iria comentar as obras nesta fase. O prefeito, no entanto, garantiu que o Tricordiano, que está com o estádio suspenso e deve mandar os dois primeiros jogos do Mineiro no estádio Manduzão, em Pouso Alegre, não vai ficar sem-teto.
Cláudio Pereira, prefeito de Três Corações (Foto: Régis Melo)Cláudio Pereira, prefeito de Três Corações, garante que obra vai continuar mesmo se venda do Elias Abex não for concretizada (Foto: Régis Melo)
- Se a gente conseguir vender o Estádio Elias Arbex, nós só vamos fazer o novo estádio depois do término do Campeonato Mineiro, que é final de maio. Se a gente conseguir vender o Elias Arbex, nós fazemos o estádio preparado para jogos do Campeonato Mineiro já para 2018.
Outro ponto que vem sendo questionado é o valor avaliado no m² da área em que se encontra o Elias Arbex. Segundo moradores e vereadores, o valor estaria bem abaixo de outros imóveis da região.
- Nós temos um terreno ao lado que foi vendido pela prefeitura a R$ 1 mil o metro quadrado e o estádio está sendo vendido em torno de R$ 500 o metro quadrado, ou seja, metade do valor que foi vendido o terreno ao lado - disse o vereador eleito Éder Costa, à EPTV Sul de Minas.
- Isso foi uma avaliação de engenheiros da prefeitura com base em valores de mercado e em critérios técnicos de engenharia de arquitetura. Nós fizemos uma média e surgiu esse valor. E nós estamos dispostos a conversar com a sociedade, conversar com a Câmara de Vereadores e conversar com os demais avaliadores, proprietários de imobiliária, para ver [a questão] - respondeu o prefeito.
Pereira disse ainda que mesmo que a venda não seja concretizada (ainda precisa ser aprovada pela Câmara de Vereadores), a construção não deve parar, mas que a entrega do estádio deve ser atrasada.
- Nós vamos fazer a Arena do Rei da mesma forma, mas nós vamos demorar mais tempo, porque nós vamos fazer com recursos próprios. Nós vamos fazer em três anos, se não tiver esse recurso - concluiu.
Fonte: www.futebolbrasil.com.br